Debandada? UFC pode perder atletas bem ranqueados

Um cenário que parecia improvável há pouco tempo pode acabar se tornando realidade nas próximas semanas. Uma pequena debandada no UFC de atletas bem ranqueados. Phil Davis começou esse movimento no ano passado. Mesmo vindo de vitórias sobre Glover Teixeira e Lyoto Machida, o americano tratou de assinar com o Bellator logo que seu contrato se encerrou com a organização dos irmãos Frank Fertitta e Lorenzo Fertitta.

Davis alegou que a oferta recebida foi melhor que a do UFC, mas não é segredo pra ninguém que muitos lutadores estão perdendo dinheiro após o acordo que o Ultimate assinou com a Reebok no ano passado, impedindo que muitos patrocinadores pessoais dos atletas expusessem sua marca no maior evento do mundo. Há lutadores que perdem até US$60 mil por luta, garantiu um empresário a este blogueiro.

Sem poder expor sua marca no filé mignon, que é a semana da luta, muitos empresários acabaram deixando os lutadores do UFC e foram investir em outras organizações. Basta olhar com atenção os eventos do Bellator, WSOF e até da WWE para ver que há marcas conhecidas que já apareceram no octógono.
E é isto que pode acabar mudando um pouco o cenário dos dois maiores eventos. Vale ressaltar que é bem improvável que o UFC se enfraqueça a ponto de perder sua liderança no mercado, mas certamente pode ver alguns de seus talentosos atletas no rival.

Neste momento, por exemplo, três importantes lutadores estão sem contrato com o evento de Dana White, e não negam os rumores de que podem negociar com o Bellator. O ex-campeão dos leves Ben Henderson, o potencial postulante ao título dos pesados Alistair Overeem, e a revelação da divisão de galos Aljamain Sterling, estão sem contrato com o UFC e podem reforçar o elenco do Bellator, atraindo atenção do público que não conhece outros eventos que não seja o criado por Rorion Gracie.

A possibilidade de expor seus patrocinadores pessoais pode equilibrar a desvantagem financeira com a diferença de bolsa paga entre os dois eventos. Sem contar que, mantendo seu patrocínio pessoal, o atleta garante ainda uma renda mensal, fato que é dificultado pelo já citado acordo com a Reebok. Além disso, a parceria do Bellator com o Rizin, novo evento japonês, pode ser outra grande atração, já que as bolsas pagas no Japão são bem atrativas, especialmente para Overeem, que é muito conhecido na Terra do Sol Nascente.

Talvez uma debandada seja exagero, mas pode-se ver lá no horizonte que existe vida fora do UFC. Apesar de que acabar com sua hegemonia seja mesmo altamente improvável, a possibilidade de perder atletas para seus rivais pode, no mínimo, abrir os olhos de Dana White e cia. Assim, os dirigentes poderão pensar duas vezes antes de repetirem decisões polêmicas como algumas que cometeram nos últimos anos. Nada mais saudável do que uma boa concorrência, não é mesmo?