Avião que causou acidente com Luciano Huck e Angélica não podia voar


O relatório final sobre o voo que fez um pouso forçado com o casal de apresentadores Luciano Huck e Angélica revelou que a aeronave não tinha condições de voar. O incidente aconteceu em Mato Grosso do Sul, em maio de 2015. Além do casal, estavam no avião os três filhos do casal, duas babás, Marcileia Eunice Garcia e Francisca Clarice Canelo Mesquita, o piloto Osmar Frattini e o copiloto José Flávio de Sousa Zanatto. Segundo informações, o avião saiu de Miranda, onde Angélica gravou cenas para um programa de televisão.

O documento do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Comando da Aeronáutica, indica que houve falha da tripulação e que o avião não poderia ter levantado voo por causa de dois equipamentos essenciais que estavam inoperantes.

Além disso, de acordo com a reportagem do G1, os pilotos não seguiram o checklist obrigatório em casos de pane. A perícia constatou que o avião que levada a família de Huck tinha dois equipamentos essenciais sem funcionar: o gravador de dados de voz, que é uma das caixas-pretas, e um sistema que diminui automaticamente resistência do ar em uma das hélices quando ela para.

O incidente também foi provocado por outro problema: a troca da posição dos sensores de combustível da asa esquerda. Segundo a publicação, o do tanque interno estava instalado no externo, e vice-versa, o que fez com que o piloto achasse que havia combustível naquela asa, o que não era verdade.

O relatório da Cenipa também informa que a empresa de táxi-aéreo orientava os pilotos a não escriturar “não conformidades” no diário de bordo da aeronave. Eles sequer tinham acesso às cadernetas de motor, célula e hélice.

Os equipamentos que não eram considerados essenciais para o despacho da aeronave também não costumavam passar por manutenção e os pilotos faziam anotações apenas em um livro de discrepâncias criado pela própria empresa, para evitar que as aeronaves ficassem indisponíveis para o voo.

De acordo com a investigação, os pilotos chegavam a sofrer pressão da empresa de táxi-aéreo para voar sempre que possível. Os profissionais não faziam os treinamentos periódicos na aeronave modelo EMB-820C Carajá (que fez o pouso forçado), segundo o relatório, eles faziam os treinamentos apenas no EMB-210D Sêneca.

A apuração concluiu que esse fato se dava porque as horas de voo do outro modelo eram mais caras. A reportagem do Jornal Nacional tentou entrar em contato com o piloto e representante da empresa de táxi-aéreo, mas eles não quiseram dar entrevista.

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