Wanderlei Silva busca revanche contra Belfort e pensa em doar o cérebro para estudos

Uma revanche. É "só" isso que Wanderlei Silva quer. Em entrevista ao Portal do Vale Tudo, no YouTube, a lenda da luta brasileira reforçou o desejo de enfrentar Vitor Belfort novamente. "Eu fiquei mordido. Sabe aquela história: eu perco para qualquer um, menos para esse cara? Acabou que perdi para o cara, vou falar o que? Perdi para o cara, não posso fazer nada. Faz 20 anos que estou correndo atrás dele e o cara só foge."

Silva e Belfort se enfrentaram em 1998, no UFC Brasil. Na ocasião, Vítor saiu vencedor da histórica luta após partir com tudo para cima de Wanderlei, que acabou nocauteado. "Depois daquela derrota que eu virei o Wanderlei Silva", reconheceu. Aos 42 anos, o curitibano disse que não há nenhuma conversa de bastidores para fazer o confronto acontecer, mas que já treina para isso.

"Eu sou o mais interessado nessa revanche. Me dói ter perdido para um bunda mole desse. E todo mundo sabe que o Belfort é um frouxo. Mas vou fazer o que? Eu perdi para o cara. Agora vou ter que meter a porrada nele, aí vou dar a chance para ele e fazer mais uma. Eu faço mais duas com ele se ele quiser, sem problema nenhum. Estou bem, estou com saúde, estou treinando e nesse momento da carreira seria um golaço para todo mundo. Não posso encerrar minha carreira sem essa luta", falou.

Demência pugilística
No bate-papo descontraído com o canal do YouTube, Wanderlei Silva também falou sobre as consequências dos mais de 20 anos de carreira como lutador de estilo agressivo. Com diversas lutas violentas no currículo, Silva hoje em dia carrega a possibilidade de ter desenvolvido a encefalopatia traumática crônica, também conhecida como "demência pugilística". “Estive numa palestra sobre concussão e de 10 sintomas que o cara deu, oito eu tinha”, revelou. O lutador contou que sofre de alteração de humor, esquecimento e dificuldade para dormir, por exemplo. "Eu acreditava que quanto mais soco você tomava, você aguentava mais. E é ao contrário: quanto mais socos você leva, menos você aguenta na hora da luta. Se for para deixar uma dica para a rapaziada, é não ficar se batendo todos os dias. Quem tem aluno jovem, não deixa o aluno ficar levando muito soco na cabeça, tem o momento certo de fazer um treino mais forte, mas não pode se uma coisa cotidiana", falou. A lenda viva do vale-tudo tem interesse em colaborar para o esclarecimento da doença e admitiu que pensa até em doar o próprio cérebro para estudos: "Já que não vou usar mesmo", brincou. "É uma área muito importante", explicou.

Brain Armor
Durante a conversa com o Portal do Vale Tudo, Wanderlei Silva ainda revelou que é voluntário para o brain armour, um produto desenvolvido por um canadense. O lutador explicou que o experimento funciona como uma camada protetora para o cérebro, com vitaminas que são ingeridas antes dos treinamentos de contato.