Com duas mortes, pequena Quatá depende de ambulância para casos graves de coronavírus

Para se socorrer em caso de sintomas graves do novo coronavírus, os 14.109 moradores de Quatá, no oeste paulista, têm à sua disposição duas ambulâncias de suporte médio. É com elas que os pacientes são levados para o hospital de Rancharia, a 23 km, que tem dez leitos de UTI, mas só um reservado para a covid-19. Além dos pacientes da própria cidade, a unidade hospitalar recebe também doentes de João Ramalho, Iepê, Nantes e Quatá, pequenas cidades próximas que somam cerca de 60 mil habitantes.
Se o único leito para covid-19 de Rancharia estiver em uso, pacientes graves dessas cidades terão de ser levados para um hospital de Presidente Prudente, a 80 km. “Em nosso caso (Quatá), como não temos ambulância UTI, a prefeitura contrata o transporte terceirizado para Presidente Prudente, como já foi feito em outras ocasiões”, explica a enfermeira Ivana Cristina Roncada Giacon, técnica responsável pelo comitê da covid-19 no município. A cidade não tem hospital nem leitos de UTI, mas já registrou 10 casos confirmados e 2 mortes por coronavírus, além de ter outros 15 casos suspeitos.
Uma das funções da Secretaria da Saúde local é “encaminhar pacientes a outras unidades de saúde, quando os recursos locais forem insuficientes”, como expressa o site oficial do município. Para isso, a ocupação nos hospitais de referência da região é monitorada diariamente. “Temos uma situação tranquila hoje (segunda-feira), pois há vagas no Hospital Regional de Presidente Prudente e o leito de UTI de Rancharia também está vago”, disse Ivana.
Uma das ambulâncias está sempre abastecida e com a equipe de socorristas de prontidão para emergências, como a que aconteceu no fim de abril. Um morador de 69 anos diagnosticado com a covid-19 passou mal, foi levado para a UTI de Rancharia, mas morreu no último dia 1º. “A gente fez o atendimento dele em nossa central da covid, que fica numa sala separada do pronto-socorro. Ele passou pelo raio-x e foi para casa em isolamento, mas piorou. Quando voltou à nossa unidade, foi atendido e levado para Rancharia, onde chegou a ser entubado, mas não se recuperou”, conta a enfermeira.
Um dia depois, houve um segundo óbito. A vítima dessa vez foi o secretário municipal da Fazenda, José Carlos Salata, de 75 anos. Segundo Ivana, o agente público havia sido internado pela família, com sintomas da doença, no Hospital das Clínicas de Marília. “Ele foi levado em veículo particular e ficou internado mais de um mês, mas infelizmente veio a óbito”, disse. O corpo foi sepultado no cemitério de Quatá, em cerimônia rápida, reservada a familiares mais próximos. A prefeitura divulgou nota lamentando o falecimento.
Com duas mortes, pequena Quatá depende de ambulância para casos graves de coronavírus Com duas mortes, pequena Quatá depende de ambulância para casos graves de coronavírus Reviewed by Arthur Aguiar on 14:52:00 Rating: 5
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