Sol Nascente: Artistas orientais fazem manifesto por representatividade
Não há como negar que é bem questionável a escalação de Luís Melo para interpretar um japonês em "Sol Nascente", atual novela das 18h da Rede Globo. A polêmica começou bem antes da estreia do folhetim e continua dando o que falar. Em entrevista a Folha de São Paulo, Walther Negrão disse que procurou, mas não encontrou nenhum oriental à altura do papel. E é claro que os atores de origem asiática lamentam o fato, ainda mais sabendo que o veterano Ken Kaneko, ator e imigrante japonês (que chegou ao Brasil nos anos 1960), foi dispensado pela produção da novela.
"Não tem muito o que comentar, é uma pena. Acredito que eles acharam muito ousadia ter um ator não conhecido do grande público para fazer esse papel, não sei nem o que dizer, apenas lamentar", diz Ligia Yamaguti, uma das fundadoras do coletivo Oriente-se, que reinvidica mais representatividade oriental e mais espaço para atores de origem asiática na mídia brasileira. Ela deixa muito claro que considera Luís Melo um ator competente, mas, assim como toda a comunidade oriental, não se conforma com a escolha de um caucasiano para viver o pesronagem Kazuo Tanaka.
"O personagem é um japonês, que é nascido no Japão e fala japonês. Tanaka na juventude é interpretado por um ator descendente de orientais, a essência é toda oriental, todos os outros personagens que são orientais são interpretados por orientais. Dar a este papel um rosto caucasiano prejudica toda a construção, ainda mais em uma novela que trabalha com a realidade. Além disso, existem tantos papéis para atores caucasianos, por que não podemos dar chances a outras etnias? A desculpa de que não acharam atores orientais capazes de interpretar este personagem não cola". O Oriente-se existe desde abril e, na semana passada, publicou um manifesto que marca o lançamento oficial do coletivo.
Sol Nascente: Artistas orientais fazem manifesto por representatividade
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18:23:00
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